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O novo ambiente de negócios

Gestão de Negócios

O novo ambiente de negócios

O novo ambiente de negócios

Por: Marcelo Pinheiro Vieira

Indústria 4.0, internet das coisas, cyber security, cloud computing, redes neurais, marketing digital, networking marketing, gameficação de tarefas, coworking, impressão em 3D, produtos biométricos, e poderia aqui continuar a elencar diversas tendências de mercado que estão muito em voga em seminários, simpósios, fóruns e outros encontros de negócios aqui no Brasil e no resto do mundo.
Nunca a tecnologia e o conceito de globalização estiveram tão presentes no dia-a-dia das organizações. O que, num passado bem recente, eram apenas projetos, modernidades que estavam só no campo das ideias, hoje já fazem parte da realidade de muitas empresas e de diversos segmentos de mercado. Essas e outras áreas de conhecimento já estão ditando a forma como fazer negócios na atualidade e tendem a tornar obsoletas com uma velocidade cada vez maior os modelos estabelecidos.
E, para acompanhar essa velocidade de mudanças e se adaptar a essa dinâmica de mercado, os profissionais precisam ficar cada vez mais antenados, se modernizando constantemente. Muitos executivos perceberam que se tornou uma exigência do mercado voltar às cadeiras como alunos. Hoje não mais exclusivamente nas salas de aulas, pois hoje é possível se tornar aluno em qualquer lugar do mundo, de qualquer instituição de ensino (EAD – ensino à distância – é outra tendência cada vez mais forte e presente).
Contudo, um conceito não tão novo assim, mas que ficou em evidência recentemente nos noticiários, por conta da série de escândalos que assolaram nossa economia e nossa política, vai, não só continuar em evidência, como se tornar uma exigência para reger negócios que precisam ser cada vez mais sustentável. Esse conceito é o de governança corporativa.
O novo ambiente de negócios, muito mais do que “refém” de novas tecnologias e de uma dinâmica cada vez mais veloz, que leva o atual à obsolescência cada vez mais rápido, vai ser guiado pelos preceitos ditados pelas políticas de governança das corporações. Nesse novo cenário, o conceito de negócios sustentáveis migra do significado de proteção ambiental, para o de negócios comprometidos com a transparência e a perenidade de sua existência. Para que se atinja essa dita perenidade, o novo ambiente de negócios não permite mais que as empresas ajam sem ética e responsabilidade sócio-ambiental. O lucro ainda é o objetivo principal das organizações, mas hoje já não se tolera que seja alcançado a qualquer custo.
No Novo Mercado, já se encontram empresas que privilegiam Conselhos de Capazes, composto de profissionais extremamente bem preparados tecnicamente, que seguem à risca os preceitos de ética e transparência requeridos por esse Novo Mercado, ao invés de contar com os famosos e pomposos Conselhos de Notáveis de um passado recente, onde só o sobrenome ou indicações eram suficientes para integrar os Conselhos de Administração das organizações.
Porém, precisa ficar muito claro que CNPJ’s éticos só existem se forem compostos por CPF’s éticos. O indivíduo, em geral, não é maior que a organização, mas suas ações, ou a de um conjunto determinado de indivíduos, são o que determinam o “pedigree” de ética da empresa. Logo, tão importante quanto as qualificações acadêmicas e técnicas de um profissional, que eram os únicos parâmetros avaliados durante um processo de recrutamento e seleção de recursos humanos para fazer parte do quadro funcional das empresas até bem pouco tempo atrás, hoje, tão importante (ou até mais) quanto esse currículo é atestar a aderência desse profissional aos valores da empresa. É imprescindível aferir se os valores do indivíduo e da organização são convergentes. E este deve ser um caminho de mão dupla: tanto a empresa quanto o profissional têm que se certificar dessa convergência.
Outro ponto que precisa ficar bem claro é a diferença entre ética e código de conduta. Entende-se por ética um conjunto de valores certos, bons e justos, de aplicação universal, definidos pela investigação lógica que devem reger o comportamento, a moral e a cultura das pessoas, resultando na construção do bem comum. Já um código de conduta, não necessariamente possui valores certos, bons e justos e, via de regra, ao ser empregado, não objetiva o bem comum, apenas o bem individual ou de um grupo determinado de indivíduos.
Também não se deve confundir os conceitos de ética e moral. Ética tem um caráter universal e absoluto, enquanto moral, que é um conjunto de valores de aplicação pessoal e pública, que nasce da cultura. Logo, tem caráter local e relativo.
Isso posto, precisamos ficar igualmente atentos nas organizações com as relações dos indivíduos lançados à condição de executivos de alto escalão, com o poder que esse cargos os conferem. Está comprovado por meios de pesquisas que os maiores inimigos da ética nas empresas são o exercício do poder por esses executivos para fins privados, a ganância pelo lucro (notar que ganância e ambição são coisas distintas), a liderança abusiva e a pressão excessiva e assediosa por resultado.
Outras questões são igualmente relevantes no novo ambiente de negócios. É cada vez mais exigido por todas as correntes que haja equidade nas empresas. Reparem que aqui não uso a palavra igualdade. Igualdade nos
confere um ar de utopia, visto que as pessoas são diferentes entre si. Desta forma, dar tratamento igual a todos pode não ser a solução para um bom ambiente de trabalho, pois os anseios e necessidades das pessoas são diferentes. Por equidade se entende disponibilizar as mesmas condições a todos para desempenho de suas atividades, independente de gênero, credo religioso, raça ou qualquer outra condição. Ambientes livres de preconceitos dessa natureza mencionada também são uma tônica desse novo ambiente de negócios. Torna-se irrelevante que seu interlocutor em uma rodada de negociação é branco, negro ou amarelo, homem, mulher ou gay, católico, judeu ou muçulmano… O novo ambiente de negócio exige apenas uma postura: profissionalismo. Que é um conceito abrangente, mas bastante claro, que engloba ética, transparência, preparo técnico e emocional, respeito às diferenças e empatia.
Talvez a nomenclatura novo ambiente de negócios não seja tão novo assim, visto por essa perspectiva. Todos esses conceitos sempre existiram e sempre deveriam ter imperado no mundo dos negócios. Mas não é o que se via. Pelo menos como regra geral. Assim, o que nos cabe, como Executivos desse mercado atual, é atuar dessa forma, responsável, sustentável, para que as próximas gerações vejam esse nosso novo ambiente de negócios e o trate como o bom e velho ambiente de negócios.

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